sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

(Livros) Resenha - Quando Nietzsche Chorou - por Simone




O romance Quando Nietzsche Chorou, escrito por Ivin D. Yalom, tem questões filosóficas, sobre psicanálise e sobre dores da alma. O autor trás personagens reais: o doutor Josef Breuer, o filósofo Friedrich Nietzsche e o jovem médico Sigmund Freud com os quais tece uma história mesclando fatos reais e ficção. Na verdade Dr. Breuer e Nietzsche nunca se conheceram, mas um encontro entre eles teria sido possível, pois viveram na mesma época na Europa.


O doutor Josef Breuer trata de uma paciente através de um novo método ao qual chama de “limpeza de chaminé” ou “terapia através da conversa”. Nasce aí a semente da psicanálise. O medico tem como amigo o jovem Sigmund Freud com quem discuti o tratamento, questões referentes ao comportamento da paciente, seus avanços, hipóteses sobre o funcionamento da mente. Não tem coragem de revelar a Freud sua obsessão pela paciente e seus dilemas existenciais.
O Doutor Breuer recebe um pedido de uma jovem russa, Lou Salomé, para que trate de seu amigo e filósofo Friedrich Nietzsche, que, segundo ela, sofre de depressão suicida. A relação entre os dois ultrapassa os limites profissionais e invade o terreno da amizade. Na verdade na há mais doutor e paciente, Breuer se permite questionar suas certezas e trás a tona angústias que o atormentam.
O autor utiliza os encontros entre médico e paciente para estabelecer conceitos trazidos por Nietzsche. Não me permito definir esses conceitos, pois para isso um estudo aprofundado do filósofo seria necessário, trago apenas algumas citações e apontamentos que fiz durante a leitura do livro.

VERDADES
“O dever de cada pessoa para consigo própria é de descobris a verdade” (Haverá somente uma verdade?)
“ – Será meu dever impor aos outros uma verdade que não desejam conhecer?
   - Quem poderá determinar o que alguém não deseja conhecer – replicou Nietzsche”
“Atinge-se a verdade através da descrença e do ceticismo” ( A verdade paralisa, dúvida movimenta).

ESPERANÇAS
“A esperança é o derradeiro mal!” (Será? Será que se ultrapassarmos as fronteiras da esperança nos tornaremos mais fortes?).

VIVER
“Eu tenho um porquê viver e posso enfrentar qualquer como”.

PODER
“Sentimos ódio por quem devassa nossos segredos e nos flagra com sentimentos meigos. O que precisamos no momento não é simpatia, mas recuperar nosso poder sobre nossas emoções”. (No poder está a chave, é difícil perder o controle, a entrega pode ser confundir com pressão).

PESQUISADOR= PENSADOR
“Investigação e ciência começam com descrença”.

RESPONSABILIDADES
“Assumir a responsabilidades dos outros... esse é o caminho para o aprisionamento, meu e deles” (Difícil aprendizado).

Conselho pessoal: Se você esta satisfeito com sua exatamente assim como ela éstá... se não há angústias... se você não procura uma verdade... não leia Nietzsche, ele nos faz repensar nossas certezas e desequilibra conceitos e valores estabelecidos.

Referência bibliográfica:
YALOM, Irvin, QUANDO NIETZSCHE CHOROU, Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.

Simone Mariani de Andrade.

Um comentário:

  1. Depois de ler essa resenha só tenho uma coisa a dizer: preciso ler esse livro!

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